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Consumo e infância: um tema urgente

Atualizado: há 4 dias


Flint, o pássaro que tinha muitas coisas

Desde que me tornei mãe, tenho refletido com mais atenção sobre os valores que desejo transmitir ao meu filho. E não falo só sobre “ensinar coisas”, mas sobre o que quero que ele sinta e viva na prática: o que ele vê, observa, internaliza e leva com ele como referência para o mundo.


Foi a partir dessas inquietações, misturadas à minha trajetória como comunicadora e ao meu mergulho nos estudos sobre neurociência e desenvolvimento infantil, que essa história nasceu.


Flint é um passarinho encantador. Ele adora colecionar objetos — tudo aquilo que brilha, que é curioso ou raro.


Seu ninho está sempre cheio de pedrinhas coloridas, fios reluzentes, penas diferentes... Flint se orgulha da sua coleção e acredita que, com tudo aquilo, será admirado, querido e, quem sabe, até terá companhia para brincar. Mas tem uma coisa: por mais que ele acumule, algo parece sempre faltar.

E esse vazio me fez pensar em nós, adultos.


Quando foi que começamos a confundir preenchimento com felicidade?

É impressionante como, muitas vezes, repetimos padrões de busca e acúmulo sem perceber. Queremos “mais” — mais conquistas, mais reconhecimento, mais objetos, mais estímulos — como se isso fosse nos levar a algum lugar mais feliz ou mais seguro. Mas a verdade é que, quanto mais carregamos, mais difícil fica voar.


No livro, Flint descobre isso da forma mais simbólica possível. Ele tenta voar em direção à tal Grande Árvore, um lugar mágico onde todos os pássaros sonham em chegar. Mas sua mochila está pesada demais. E é nesse momento que ele se dá conta de que precisa soltar. Um barbante, uma pedra, uma tampinha... E, aos poucos, algo muda. Seu corpo se torna leve. Seu coração também.


Consumo e infância: um tema urgente

Às vezes, é difícil abrir mão. Mesmo daquilo que já não faz mais sentido. Seja um objeto, um hábito, um pensamento que limita, uma exigência que não é nossa. Mas quando soltamos, abrimos espaço para o novo. E, mais do que isso, abrimos espaço para sentir.


Eu vejo isso acontecer com as crianças o tempo todo. Elas são naturalmente desapegadas. O apego ao “ter” é, muitas vezes, algo que ensinamos sem querer. Quando valorizamos mais o presente do que a presença. Quando associamos recompensas a objetos e não a experiências. Quando enchemos o tempo delas de atividades e esquecemos que o brincar livre, o ócio criativo, a escuta atenta, também são formas profundas de cuidado.


"Escrevi este livro pensando em cada criança que ainda está formando seu mundo interior, mas também em cada adulto que talvez esteja precisando lembrar do que realmente importa."

Flint, o pássaro que tinha muitas coisas

Flint me ensinou muito. Me mostrou que leveza é uma escolha. Que o valor das coisas está no significado que damos a elas. E que, no fundo, todos nós buscamos conexão — uma brincadeira compartilhada, uma conversa sincera, uma experiência que fique na memória com cheiro, cor e afeto.


Se você é pai, mãe, cuidador ou simplesmente alguém que se importa com as infâncias, quero te fazer um convite: leia Flint, o pássaro que tinha muitas coisas com uma criança por perto.


Pode ser seu filho, sobrinho, aluno, afilhado — ou até você mesmo, em silêncio, voltando ao seu eu pequeno. Porque essa história é, acima de tudo, um lembrete. Um lembrete de que a felicidade não está no que se acumula, mas no que se compartilha. No que se sente. No que se vive.


A verdadeira riqueza está nas experiências que nos transformam.E, para voar, às vezes, tudo o que a gente precisa é deixar o peso para trás.


📘 Flint, o pássaro que tinha muitas coisas

📍Publicado pela Ciranda na Escola

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📷 Me acompanhe no Instagram: @geovannatominaga e @conversasmaternas

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